Foi com 17 anos, que Auditor Interno Valdor Ângelo Montagna deixou a cidade de Guaraciaba, no Extremo Oeste catarinense, para estudar Economia em Lages (SC). Quatro anos depois, chegou a Florianópolis para trabalhar no setor privado. Não demorou muito e ele começou a trabalhar no Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE/SC), já na área de auditoria. “O tribunal foi a primeira grande escola para o aprendizado da administração pública que eu tenho. O aperfeiçoamento veio depois na Secretaria da Fazenda. Quase que como uma graduação e pós-graduação”, considera.
Com a aparência calma e a voz firme, Valdor recorda do tempo que precisou decidir entre continuar no TCE/SC ou assumir o cargo de Auditor Interno no Estado. Por isso, ele foi o último da turma a ingressar na Diretoria de Auditoria Geral, em 1996. Acha que pela experiência que acumulou, logo assumiu a direção da DIAG: pela primeira vez em 1997 até 1998 e entre 2003 e 2004.
Desse tempo, Valdor faz questão de lembrar o trabalho junto com os outros oito colegas na auditoria interna. “À época, trabalhávamos atividades pontuais e pendências urgentes. Elaborávamos pareceres para orientação técnica sobre temas que chegavam à Diretoria, o que resultava em menos auditorias do que planejávamos realizar”, pontua. Mesmo pequeno o grupo de auditores internos, ainda assim, era disputado para o exercício de cargos em comissão ou funções de confiança, “ficando cinco ou seis para atuar na atividade fim”.
Com o tempo e trabalho, o número de vagas foi ampliado e, só no último concurso, mais de 60 novos auditores internos ingressaram na Fazenda, o que mudou o foco da atuação para um trabalho mais preventivo e de orientação. “Nosso trabalho tem uma importância fundamental, pois um gasto bem feito caracteriza uma receita às avessas. Pouco adianta arrecadar bilhões e empregar mal o recurso”, avalia. Considerando-se “suspeito para falar”, atribui ao grupo o “extraordinário e sempre crescente avanço do controle interno do Poder Executivo, fruto da alta qualificação e aperfeiçoamento constante dos auditores internos, sempre preocupados em encontrar a melhor (eficiente, eficaz e econômica) solução para a tomada de decisão do administrador público”.
Para ele, o Auditor Interno é um profissional capaz de “produzir mais para o Estado, com o mesmo montante, já que a auditoria melhora e qualifica o emprego do recurso público”. Há quase 20 anos na Fazenda, Valdor sabe que, muitas vezes, falta conhecimento por parte dos gestores públicos e é aí que os auditores internos entram para ajudar a racionalizar as despesas e melhorar a administração pública. Sem esquecer que o fato do quadro de auditores internos ter aumentado, não elimina por completo as irregularidades. “Mas estas, quando ocorrem, devem-se mais ao desconhecimento de normas ou procedimentos do que à má-fé do administrador público”, reforça.
Hoje, Valdor trabalha na Corregedoria da Fazenda com processos administrativos disciplinares e sindicâncias, analisando casos de irregularidades cometidas por servidores. “A atividade se encaixa nas atribuições do auditor interno, na medida em que diz respeito ao controle interno e, por conseguinte, sujeitam-se à fiscalização por esse profissional”, registra.
No dia-a-dia, ele apura processos contra servidores que foram denunciados por práticas irregulares e indícios de atos de corrupção. Valdor é responsável em verificar as informações para concluir se haverá uma sanção administrativa ou não.
Discreto para falar da vida pessoal, deixa escapar que acompanha o futebol e, de vez em quando, volta para visitar parte da família que ainda mora na cidade natal.